segunda-feira, 22 de novembro de 2010

LITERATURA

Corria o ano de 1963, precisamente o dia 22 de Novembro, quando o grande escritor Aldous Huxley escreveu  num pedaço de papel, por já não conseguir falar, para que a sua companheira lhe injectasse 100 microgramas de LSD. Às 17.21 do mesmo dia falecia Aldous Huxley, ensaísta/ romancista. Poet'anarquista recorda o escritor de "Admirável Mundo Novo", que muito influenciou o percurso da sua adolescência.
Poet'anarquista
Aldous Huxley
Ensaísta/ Romancista
BIOGRAFIA

Aldous Leonard Huxley (Godalming, 26 de Julho de 1894 — Los Angeles, 22 de Novembro de 1963) foi um escritor inglês e um dos mais proeminentes membros da família Huxley.
A sua família incluía os mais distintos membros da classe dominante inglesa; uma vasta elite intelectual. O seu avô era Thomas Henry Huxley, um grande biólogo defensor da teoria evolucionista de Charles Darwin, tendo desenvolvido o conceito agnóstico. A sua mãe era irmã da romancista Humphrey Ward; a sobrinha de Matthew Arnold, o poeta; e a neta de Thomas Arnold, um famoso educador e diretor da Rugby School que acabou tornando-se um personagem no romance "Tom Brown's Schooldays".
Estudou na aristocrática escola de Eton, que foi obrigado a abandonar aos dezesseis anos, devido a uma doença nos olhos que quase o cegou, impedindo-o de cursar medicina. Mais tarde recuperou visão suficiente para se formar com honra pela Universidade de Oxford, mas não suficiente para servir o exército britânico durante a Primeira Guerra Mundial. Em Oxford, engajou-se com a literatura pela primeira vez, conhecendo Lytton Strachey e Bertrand Russell, e também se tornou um amigo íntimo de D. H. Lawrence.
Em 1921, lançou "Crome Yellow", o primeiro de uma série de romances e novelas que combinam diálogos emocionantes, e um aparente ceticismo, com profundas considerações morais.
Viveu a maior parte dos anos 20 na Itália fascista de Mussolini, que inspirou parte dos sistemas autoritários retratados em suas obras.
A obra-prima de Huxley, "Brave New World" (Admirável Mundo Novo), foi escrita durante quatro meses no ano de 1931. Os temas nela abordados remontam grande parte das suas preocupações ideológicas, como a liberdade individual em detrimento ao autoritarismo do Estado.
No ano de 1937 Aldous Huxley mudou-se para Los Angeles, e em 1938, no auge da sua carreira, chegou a Hollywood, como um dos mais bem remunerados roteiristas. Nessa fase, escreveu romances como "Também o cisne morre" (1939), "O Tempo pode parar" (1944), "O macaco e a essência" (1948).
O cinema para Huxley foi uma aventura tão fascinante quanto as suas descobertas e experiências com a mescalina, narradas em "As portas da percepção" (The Doors of Perception), de 1954, livro que influenciou em muito a cultura hippie que florescia, dando nome por exemplo à banda The Doors, pois tais relatos com a droga indígena se assemelham em muito com o LSD que estava em ascensão. Dois anos depois, viúvo, casou-se novamente e publicou "Entre o céu e o inferno".
Huxley viajou ainda pela América Central e em 1958 visitou o Brasil, tendo conhecido os índios do Xingu e as favelas do Rio de Janeiro.
Em 1959, foi agraciado pela Academia Americana de Artes e Letras com um prémio pelos seus romances. Esse prémio era concedido a cada cinco anos e havia sido entregue anteriormente a Ernest Hemingway, Thomas Mann e Theodore Dreiser.
Huxley permaneceu quase cego por toda a sua vida. A sua esposa, Maria Huxley, faleceu em 1955. Um ano mais tarde, Huxley casou-se com Laura Archera. Ele morreu em 22 de Novembro de 1963 na sua pequena casa de Los Angeles.
Huxley produziu um total de 47 livros ao longo de sua vida. O crítico britânico Anthony Burgess uma vez afirmou que Huxley fora o pioneiro do "romance cerebral". No entanto, outras correntes de críticos classificaram Huxley como um ensaísta, ao invés de romancista, pois as suas obras eram conduzidas e mais apoiadas sobre as suas ideias, do que o desenrolar de personagens ou contextos de histórias.
MORTE
No seu leito de morte, impossibilitado de falar, Huxley escreveu um pedido à sua mulher para 100 microgramas de LDS, aplicação intramuscular. Injectou-lhe uma dose às 11:45 da manhã e outra algumas horas depois. Morreu às 17:21 do dia 22 de novembro de 1963, aos 69 anos. As cinzas de Huxley foram enterrados no jazigo da família no cemitério de Watts, casa de Watts Mortuary Chapel em Compton, uma vila perto de Guildford, Surrey, England.
A cobertura dos mídia a respeito da sua morte foi ofuscada pelo assassinato de John F. Kennedy, no mesmo dia, assim como a morte do autor irlandês C. S. Lewis. Essa coincidência foi inspiração para Peter Kreeft e o seu livro Between Heaven and Hell: A Dialog Somewhere Beyond Death with John F. Kennedy, C. S. Lewis, & Aldous Huxley.
O filho único de Huxley, Matthew Huxley, é também um autor, e também um educador, antropologista, e proeminente epidemologista. Aldous Huxley sobrevive também na figura dos seus dois netos.
Fonte: Wikipédia

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