segunda-feira, 28 de março de 2011

LITERATURA - MÁRIO VARGAS LLOSA

Já tinha feito referência ao escritor peruano Mário Vargas Llosa, em publicação de 7 de Outubro de 2010, comemorando no Poet'anarquista a atribuição do Prémio Nobel da Literatura 2010. Hoje, 28 de Março de 2011, comemora o seu septuagésimo quinto aniversário. Amigos d'Arte felicitam o escritor neste espaço cultural, desejando-lhe muitos romances de vida.
Poet'anarquista
Mário Vargas Llosa
Escritor Peruano
BIOGRAFIA

Jorge Mario Vargas Llosa (Arequipa, 28 de março de 1936) é um escritor, jornalista, ensaista e político peruano, laureado com o Nobel de Literatura de 2010.

Nascido numa família de classe média, único filho de Ernesto Vargas Maldonado e Dora Llosa Ureta, seus pais separaram-se após cinco meses de casamento. Com isto o menino não conheceu o pai até aos dez anos de idade. A sua primeira infância foi em Cochabamba, na Bolívia, mas no período do governo José Luis Bustamante y Rivero, seu avô obtém um importante cargo político no governo, em Piura, no norte do Peru, e a sua mãe retorna ao Peru, para viver naquela cidade.

Em 1946 muda-se para Lima e então conhece seu pai. Os pais reconciliam-se e, durante a sua adolescência e a família continuará vivendo na capital peruana

Ao completar 14 anos, ingressa, por vontade paterna, no Colégio Militar Leôncio Prado, em La Perla, como aluno interno, ali permanecendo por dois anos. Essa experiência será o tema do seu primeiro livro « La Ciudad y los Perros» (A Cidade e os Cachorros), publicado no Brasil como «Batismo de Fogo» e, posteriormente, como «A Cidade e os Cachorros».

Em 1953 é admitido na tradicional Universidad Nacional Mayor de San Marcos, em Lima, a mais antiga da América. Ali estudou Letras e Direito, contra a vontade do seu pai.

Aos 19 anos, casa-se com Julia Urquidi, irmã da mulher do seu tio materno, e passa a ter vários empregos para sobreviver: actua como redator mas também fichando livros, e até mesmo revisando nomes em túmulos nos cemitérios. Em 1958 recebe a bolsa de estudos «Javier Prado» a vai para a Espanha, onde obtém doutoramento em Filosofia e Letras, com 19, na Universidade Complutense de Madri. Após isso vai para França onde vive durante alguns anos. Em 1964 divorcia-se de Júlia e em 1965 casa-se com a prima Patrícia Llosa, com quem tem três filhos Álvaro, Gonzalo e Morgana.

OBRA

A sua obra crítica a hierarquia de castas sociais e raciais, vigente ainda hoje, segundo o escritor, no Peru e na América Latina. O seu principal tema é a luta pela liberdade individual na realidade opressiva do Peru. A princípio, assim como vários outros intelectuais de sua geração, Vargas Llosa sofreu a influência do existencialismo de Jean Paul Sartre.

Muitos dos seus escritos são autobiográficos, como «A Cidade e os Cachorros» (1963), «A Casa Verde» (1966) e «Tia Júlia e o Escrevinhador»(1977). Por «A Cidade e os Cachorros» recebeu o Prémio Biblioteca Breve da Editora Seix Barral e o Prémio da Crítica de 1963. A sua obra seguinte, «A Casa Verde» mostra a influência de William Faulkner. O romance narra a vida das personagens num bordel, cujo nome dá título ao livro. O seu terceiro romance, «Conversa na Catedral», publicado em quatro volumes e que o próprio Vargas Llosa caracterizou como obra completa, narra fases da sociedade peruana sob a ditadura de Odria em 1950.

Há um encontro, num botequim chamado «La Catedral», entre dois personagens: o filho de um ministro e um motorista particular. O romance caracteriza-se por uma sofisticada técnica narrativa, alternando a conversa dos dois e cenas do passado. Em 1981 publica «A Guerra do Fim do Mundo», sobre a Guerra de Canudos, que dedica ao escritor brasileiro Euclides da Cunha, autor de «Os Sertões».

Em 7 de outubro de 2010 foi agraciado com o Prémio Nobel da Literatura pela Academia Sueca de Ciências «pela sua cartografia de estruturas de poder e as suas imagens vigorosas sobre a resistência, revolta e derrota individual". O presidente do Peru, Alan García, considerou o prémio a Llosa como «um reconhecimento a um peruano universal».

VIDA POLÍTICA

Em 1980 começa a ter maiores actividades políticas no país. Em 1983 a pedido do próprio presidente Fernando Belaunde Terry preside a comissão que investiga a morte de oito jornalistas. Em 1987 inicia o movimento político liberal contra a estatização da economia, o que ia de encontro ao presidente Alan García. Em 1990 concorre à presidência do país com a Frente Demócrata (FREDEMO), partido de centro-direita, mas perde a eleição para Alberto Fujimori.

Após isso, retorna a Londres e reinicia as suas actividades literárias. Em 2006, na sua mais recente visita ao país, apoia a candidatura de Lourdes Flores, mas é Alan García quem vence as eleições. As suas experiências como escritor e candidato presidencial estão expostas na autobiografia «Peixe na Água», publicada em 1991.
Fonte: Wikipédia

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