sexta-feira, 12 de agosto de 2011

PINTURA versus POESIA - WILLIAM BLAKE

William Blake nasceu em Londres, a 28 de Novembro de 1757. Poeta, pintor, gravador e tipógrafo viveu numa época difícil, marcada pelo Iluminismo e pela Revolução Industrial na Inglaterra. Pese embora as convenções sociais da altura, William Blake nunca deixou de ser um romântico e defensor de causas como a pobreza e as injustiças sociais. Faleceu na sua terra natal, a 12 de Agosto de 1827. 
Poet'anarquista
«Auto-Retrato»
William Blake
BIOGRAFIA

William Blake nasceu em Londres em 1757, onde viveu praticamente quase toda a sua vida, morrendo em 1827.

Filho de um comerciante rico, desde criança gostava de ler e desenhar. Aos dez anos de idade, foi enviado à escola de desenho e, aos quatorze anos, tornou-se aprendiz do famoso gravador James Basire. Dois anos depois, Blake começou a estudar e desenhar as igrejas de Londres, particularmente a Abadia de Westminster cuja estilo gótico grandioso impressionou e o fascinou muito.

Foi o primeiro dos grandes poetas Românticos ingleses, como também pintor, impressor, e um dos maiores gravadores da história inglesa.

Escreveu poesias desde os onze anos e teve seus poemas impressos, em 1792, sob o título de «Poetical Sketches».

Os poemas eram expressão espontânea de um génio original e visto como um prodígio. A métrica empregada por ele recorre em grande parte ao verso branco que era uma característica criativa da era Elizabetana.

A partir de 1784, Blake começa a publicar vários dos seus poemas: «Song of Innocence» e «The Book of Thel» que foi seguido brevemente por «The Marriage of Heaven and Hell». Os livros eram todos gravados e impressos por ele com auxílio da esposa.

Blake foi um rebelde toda a vida; uma voz solitária contra a marcha da ciência e da razão. Talvez por isso tenha sido visto por seus contemporâneos como um lunático e tenha desfrutado de pouco sucesso quando vivo.

Ao longo de toda a sua vida, William Blake foi incomodado pela pobreza, sendo amenizada por alguns amigos. Reclamou sobre a falta de reconhecimento do seu trabalho, mas percebeu logo que não estava só. 

Escreveu num desabafo:
"Até Milton e Shakespeare não puderam publicar os seus trabalhos".

A partir de 1794 dedicou-se a trabalhos mais poéticos e, entre eles,  «The Gates of Paradise» e «Song of Experience». Ilustrava com aguarelas os seus poemas e trabalhos de amigos.

A maioria das pinturas de Blake são impressões feitas de pratos de cobre que ele cauterizou. Ele e a esposa coloriram estas impressões com cores de água. Assim cada impressão é uma obra de arte sem igual.

Aos 67 anos começou os desenhos para o «Inferno da Divina Comédia de Dante», e foi tão dedicado que aprendeu o italiano para se aprofundar melhor no universo de Dante. Trabalhou nestes desenhos até aos últimos dias da sua vida.
Fonte: www.nautilus.com.br

«Beatriz abordando Dante»
William Blake

«Deus e o Compasso»
William Blake

«Insanidade»
William Blake

«Jerusalém»
William Blake

«Abel»
William Blake

«Nabucodonosor»
William Blake

«A Forma Espiritual de Pitt Guiding»
William Blake

LONDRESVagueio por estas ruas violadas, 
Do violado Tamisa ao derredor, 
E noto em todas as faces encontradas 
Sinais de fraqueza e sinais de dor. 

Em toda a revolta do Homem que chora, 
Na Criança que grita o pavor que sente, 
Em todas as vozes na proibição da hora, 
Escuto o som das algemas da mente. 

Dos Limpa-chaminés o choro triste 
As negras Igrejas atormenta; 
E do pobre Soldado o suspiro que persiste 
Escorre em sangue p'los Palácios que sustenta. 

Mas nas ruas da noite aquilo que ouço mais 
É da jovem Prostituta o seu fadário, 
Maldiz do tenro Filho os tristes ais, 
E do Matrimónio insulta o carro funerário. 

William Blake, in "Canções da Experiência" 
Tradução de Hélio Osvaldo Alves

O JARDIM DO AMORO Jardim do Amor fui visitar, 
E vi então o que jamais notara: 
Lá bem no meio estava uma Capela, 
Onde eu no prado correra e brincara. 

E os portões desta Capela não abriam, 
E "Não farás" sobre a porta escrito estava; 
E voltei-me então para o Jardim do Amor 
Lá onde toda a doce flor se dava; 

E os túmulos enchiam todo o campo, 
E eram esteias funerárias as flores; 
E Padres de preto, em seu passeio secreto, 
Atando com pavores minhas alegrias & amores. 

William Blake, in "Canções da Experiência" 
Tradução de Hélio Osvaldo Alves

UMA IMAGEM DIVINAA Crueldade tem Humano Coração, 
E tem a Intolerância Humano Rosto; 
O Terror a Divina Humana Forma, 
O Secretismo Humano Traje posto. 

O Humano Traje é Ferro forjado, 
A Humana Forma, Forja incendiada, 
O Humano Rosto, Fornalha bem selada, 
Humano Coração, Abismo seu Esfaimado. 

William Blake, in "Canções da Experiência" 
Tradução de Hélio Osvaldo Alves
































































«PINTURA FANTÁSTICA»
WILLIAM BLAKE

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