quarta-feira, 29 de maio de 2013

POESIA - DANTE ALIGHIERI

O poeta, escritor e político italiano Dante Alighieri, nasceu em Florença, a (29?) de Maio de 1265. Foi considerado o primeiro e mais importante poeta da língua italiana, sendo definido como o «Sumo Poeta». Das suas obras mais conhecidas destaca-se «A Divina Comédia», escrita entre os anos de 1308 e 1320. Dante faleceu em Ravena, a 14 de Setembro de 1321.
Poet'anarquista
Retrato de Dante Alighieri  
Poeta Italiano, por Sandro Botticelli
SOBRE O POETA…

Poeta italiano nascido na cidade de Florença, autor de «A Divina Comédia», uma das obras poéticas fundamentais da literatura mundial, escrita em latim, considerada a primeira obra da literatura italiana, onde relata uma viagem imaginária pelo inferno, purgatório e paraíso, uma alegoria do percurso do homem em busca de si mesmo. De uma importante família burguesa do partido político dos guelfos, ficou órfão de mãe ainda cedo e fez estudos humanísticos que abrangeram a filosofia, a teologia e os clássicos latinos. O ambiente existente em Florença na época acentuou a sua natural inclinação para as letras. Foi amigo de numerosos poetas e de pintores, como Giotto. Entre os seus mestres destacaram-se Brunetto Latini (que aparece na Comédia) e Guido Cavalcanti. Casou-se com Gemma Donati (1285), porém o grande amor platónico da sua vida foi Beatrice Portinari, que tinha apenas 12 anos quando a viu pela primeira vez. 

Com a morte precoce da jovem (1290), refugiou-se no estudo, entregando-se à leitura de autores cristãos e clássicos como Boécio, Santo Agostinho, São Tomás de Aquino, Aristóteles, Ovídio e Lucano, atravessando um período de amadurecimento que o levou a várias mudanças na sua produção artística. Por problemas estritamente políticos, foi acusado de improbidade administrativa e condenado a pagar uma multa de cinco mil florins, a permanecer confinado dois anos e proibido de exercer cargos públicos para o resto da vida (1303). Como se negou a pagar a multa ou a justificar-se, foi condenado à morte, iniciando a sua longa vida de exílio. De Siena partiu para Verona e depois para Bolonha (1304-1306). 

Com a expulsão dos exilados dessa cidade, iniciou nova peregrinação por terras italianas e sem conseguir a amnistia dos seus compatriotas florentinos, terminou os seus dias em Ravenna, vitimado pela malária contraída nos pântanos de Veneza. Além da sua obra prima, a «Divina Comédia» (1308-1320), escreveu também outras de grande qualidade como «La Vita Nuova» (1283-1292) coletânea da juventude, reuniu, além de 31 poemas líricos dedicados a Beatrice Portinari, «Il Convivio» (1304-1307) e «De Vulgari Eloquentia» (1305-1306). Em «Sobre a Língua do Povo», escrita em latim para os eruditos da época, defendia o uso do italiano nas obras poéticas. Dante, na realidade é a abreviatura de Durante, seu verdadeiro prenome. 
Fonte: www.brasilescola.com/

POEMAS A BEATRICE PORTINARI

Parece tão gentil, tão recatada,
minha senhora quando alguém saúda,
que toda a língua treme e fica muda
e olhá-la até seria ideia ousada.

Quando ela passa, ouvindo-se louvada,
benignamente a humildade a escuda,
tal uma cousa que do céu acuda
à terra, por milagre revelada.

Tal graça ao coração de quem na mira
Está pelos olhos uma doçura a pôr
que não pode entender quem a não prove;

e dos lábios parece que se move
um espírito suave e só de amor
que vai dizendo à alma assim: Suspira.

Dante Alighieri

Alma, criada para amar ardente,
A tudo corre, que lhe dá contento,
Se despertada do amor se sente.
Do que é real o vosso entendimento
Colhe imagens que em modo tal desprega,
Que alma prá elas sente atraimento.
Se alma, enlevada, ao seu pendor se entrega
Esse efeito é amor, própria natura,
Em que o prazer novo liame emprega.
E, como fogo se ala para a altura
Por sua forma que a elevar-se tende
Ao foco, onde o elemento seu mais dura,
Assim pelo desejo a alma se acende,
Ação espiritual que não se aquieta,
se não consegue a posse que pretende.
Vê, pois, que da verdade excede a meta
Quem acredita e aos outros assevera
Que todo amor de si é coisa reta

Dante Alighieri

Amor e alma gentil estão ligados
como nos diz o sábio na canção.
Só pode um sem o outro ser pensado
se à alma racional falta razão.

Dante Alighieri

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