sexta-feira, 14 de junho de 2013

POESIA - SALVATORE QUASIMODO

O poeta italiano Salvatore Quasimodo, nasceu em Siracusa, na Sicília, a 20 de Agosto de 1901. Poeta antifascista, expressou em grande parte da sua obra os horrores da Segunda  Guerra Mundial, sendo considerado o mais alto representante literário do seu país na oposição ao regime fascista de Mussolini. Quasimodo faleceu em Amalfi, a 14 de Junho de 1968.
Poet'anarquista
Salvatore Quasimodo
Poeta Italiano
SOBRE O POETA...

Salvatore Quasimodo nasceu em 20 de agosto de 1901, em Siracusa, na Sicília. 

A partir de 1940, trabalhou no jornal Il Tempo, como crítico de teatro. Criador da escola apertada, formada por poetas italianos que não podiam criticar abertamente o fascismo tinha que escrever com uso de símbolos e um estilo refinado. 

A sua primeira coletânea de poemas foi «Água e Terra» (1930) e, mais tarde, «Erato e Apollyon» (1936) faz com que seja o mais alto representante do sigilo. A sua pátria está presente em muitas de suas obras, como «Novos Poemas» (1936-1942) ou «E então ele está Noite» (1942). Como foi mostrado em vitalista poeta  «A vida não é um Sonho (1949), «A terra Incomparável» (1958) e «Dar e Receber» (1966). 

Após a Segunda Guerra Mundial refletia a sua oposição ao regime fascista e os horrores da guerra em obras como «Dia a Dia» (1947). Em 1961 publicou uma coletânea dos seus escritos sobre teatro. Também fez traduções de autores gregos e romanos clássicos como Homero , Virgílio e Catulo, assim como Shakespeare e Pablo Neruda, e outros poetas modernos. 

Foi agraciado com o Prémio Nobel da Literatura em 1959 por expressar "a trágica experiência do nosso tempo." 

Salvatore Quasimodo morreu em 14 de junho de 1968, em Amalfi. 

Fonte: www.buscabiografias.com/

ARIETE

No movimento preguiçoso dos céus
a estação mostra-se: ao vento nova,
ao mandá-lo que aclara
cheias de sombra aéreas
nuvens de sombra e ração:
e recompõe as sepultas vozes
das margens, dos fossados,
dos dias de graça fabulosos.

Toda a erva derrama,
e uma ânsia toma as remotas águas
de gélidos louros nús os deuses pagãos;
e eis que saltam do fundo por entre os seixos
e de cabeça para baixo dormem celestes.

Salvatore Quasimodo

EU NÃO PERDI NADA

Ainda estou aqui, o sol gira
nas minhas costas como um falcão e a terra
faz ecoar a minha voz na tua.
E o tempo visível recomeça
no olho que redescobre a luz.
Eu não perdi nada.
Perder é ir para longe daqui,
a partir de um diagrama do céu,
longo movimento de sonhos, um rio
pleno de folhas.

Salvatore Quasimodo

O DIA INCLINA-SE

Encontras-me deserto, Senhor
no teu dia,
fechado a toda a luz.

De ti privado temo,
perdida a estrada do amor,
e não há graça
nem sequer um trépido cantar-me
que faça secos os meus quereres.

Amei-te e bati-te;
o dia inclina-se
e colho as sombras dos céus:
que tristeza o meu coração
de carne!

Salvatore Quasimodo

NO SENTIMENTO DE MORTE

Cerúleas árvores
onde se escuta o som mais suave
e onde nasce o prazer com as chuvas novas.

Numa rama, dócil
a luz oscila
em bodas com o vento;

no sentimento de morte,
eis-me, assustado de amor.

Salvatore Quasimodo

E DE REPENTE É NOITE

Cada um está só sobre o coração da terra
Trespassado por um raio de sol:
E de repente é noite.

Salvatore Quasimodo

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