sábado, 9 de novembro de 2013

POESIA - GUILLAUME APOLLINAIRE

O escritor e crítico de arte francês Guillaume Apollinaire, nasceu em Roma, a 26 de Agosto de 1880. Um dos mais importantes activistas culturais de vanguarda do início do séc. XX, conhecido pela particularidade da sua poesia sem pontuação e gráfica. Escreveu importantes manifestos de vanguarda em França, um dos quais o Cubismo e foi ele o criador da palavra Surrealismo. Guillaume Apollinaire faleceu em Paris, a 9 de Novembro de 1918.
Poet’anarquista
Guillaume Apollinaire
Poeta Francês
SOBRE O AUTOR…

Guillaume Apollinaire nasceu em 26 de agosto de 1880 e morreu em 9 de novembro de 1918, em Paris, próximo ao fim da primeira Grande Guerra, da qual participou e onde foi ferido gravemente em março de 1916.

Participou ativamente e influenciou os movimentos de vanguarda que sacudiram Paris no princípio do século XX e acabaram por transformar definitivamente todas as artes.

A sua obra é vasta e fragmentada, tendo sido publicada durante quase duas décadas em jornais, revistas, panfletos e livros. Percorreu todos os géneros: poesia, prosa, prosa poética, teatro, ensaio e crítica.  

Entre muitas das suas obras, podemos destacar: «L'Hérésiarque e Cie» (1910), «Álcoois»(1913), «Le poète Assassiné» (1916), «Os pintores cubistas» (1913; no Brasil, L&PM POCKET, vol. 15, 1997).
Fonte: L&PM EDITORES

LAÇOS

Cordas feitas de gritos

Sons de sinos através da Europa
Séculos enforcados
Carris que amarrais nações
Não somos mais que dois ou três homens
Livres de todas as peias
Vamos dar-nos as mãos

Violenta chuva que penteia os fumos
Cordas
Cordas tecidas
Cabos submarinos
Torres de Babel transformadas em pontes

Aranhas-Pontífices
Todos os apaixonados que um só laço enlaçou

Outros laços mais firmes
Brancas estrias de luz
Cordas e Concórdia

Escrevo apenas para vos celebrar
Ó sentido ó sentidos caros
Inimigos do recordar
Inimigos do desejar

Inimigos da saudade
Inimigos das lágrimas
Inimigos de tudo o que eu amo ainda

Guillaume Apollinaire

TROMPAS DE CAÇA

A nossa história nobre e trágica
como máscara de tirano
não drama de acaso ou mágica
nenhum detalhe de engano
faz patético o amor

E Thomas De Quincey emborcando
ópio veneno doce e casto
de sua Ana triste sonhando
passemos pois tudo passa
para trás me irei voltando

Lembranças trompas de caça
ecos no vento acabando

Guillaume Apollinaire

O GATO

Eu quero na minha casa:
Uma mulher com a sua razão,
Um gato entre os livros,
Amigos em qualquer época do ano
Sem os quais não posso viver.

Guillaume Apollinaire

2 comentários:

francisco tátá disse...

Amigo Cabé faltou acrescentar uma género literário muito interessante do Autor em questão.
Já leste "As onze mil vergas" ou "Proezas amorosas de um Jovem D. Juam".?
Eu empresto se estiveres interessado.
Um abraço
Chico

Anónimo disse...

Sei do livro que falas, mas não o li. O erotismo e sexualidade presentes na escrita poética de Guillaume Apollinaire.

Aceito o empréstimo e agradeço a tua disponibilidade.

Já agora, sobre o autor e as «Proezas Amorosas de um Jovem D. Juan»...

Sabias que: Na Turquia Apollinaire não é literatura e pode levar à prisão?

Pois é amigo, na Turquia e em pleno séc. XXI, as «Proezas Amorosas de um Jovem D. Juan» não passam na censura.

Editor e o tradutor turcos de um livro de Apollinaire podem vir a ser presos por divulgarem conteúdos obscenos.

Sem comentários!

Um abraço,

Kabé